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Contos perturbadores em suas versões originais

Atualizado: 17 de ago. de 2023


Finalizei a leitura do livro: Contos de Fadas em suas versões originais


Para a produção do livro, foram pesquisados os contos originais dos autores mais conhecidos e traduzidos sem adaptações ou censura, inclusive com verificações nos idiomas originais. A Editora Wish entrega para os leitores 37 contos completos, sendo alguns inéditos no Brasil, e cerca de 150 ilustrações antigas, todas originárias de livros vintage de contos de fadas.


Neste livro estão contos raros como o celta Filhos de Lir e um que além de raro é lindo: Vasilissa, a Bela, uma história russa sobre uma garota corajosa que precisa encontrar a bruxa da floresta.


Mas aqui eu trago os contos que mais me perturbaram: Sapatinhos vermelhos e a versão italiana de 1600 de A Bela Adormecida, conhecida como Sol, Lua e Tália, no qual a princesa é abusada por um Rei e engravida durante o sono.


Cada um desses contos me perturbou por um motivo: Sol, Lua e Tália pela naturalização do estupro da princesa e como a Disney e as versões atuais mantiveram o abuso, mas em forma de beijo. Talvez por nossa geração não perceber o abuso em um beijo não consentido, como a do século XVII não percebia a do estupro, dizendo até que Talia era bem-aventurada por ser abusada durante seu sono.

Em Sapatinhos Vermelhos o que mais me perturba são as descrições e o cenário. Imagina ter que cortar os seus pés para não precisar dançar até morrer e mesmo assim onde for ter os seus pés amputados dentro dos sapatinhos dançando na sua frente?


Sol, Lua e Tália




Sol, Lua e Tália é um conto de fadas escrito por Giambattista Basile em sua obra de 1634. Charles Perrault recontou esse conto de fadas em 1697 como A Bela Adormecida.


Sinopse


Após o nascimento da filha de um grande senhor, Tália, sábios homens e astrólogos traçaram o horóscopo da criança e disseram ao senhor que ela seria ameaçada por uma farpa de linho. Para proteger sua filha, o pai ordena que nenhum linho jamais seja trazido para sua casa. Anos mais tarde, Tália vê uma velha mulher fiando linho em um fuso, ela pergunta à mulher se ela mesma poderia fiar o linho, mas, logo que começa a girar a roca, uma farpa de linho entra sob sua unha e ela cai no chão aparentemente morta. Incapaz de suportar a ideia de enterrar sua filha, o senhor coloca Tália em uma de suas propriedades rurais.


Algum tempo depois, um rei, caçando próximo a floresta, segue o seu falcão para a casa rural do senhor e encontra Tália. Ele tenta acordá-la. Sem sucesso, ele a estupra. Depois, ele deixa a menina na cama e retorna a sua própria cidade.


Ainda em seu sono profundo, Tália dá à luz a gêmeos (um menino e uma menina). Um dia, a menina não consegue encontrar o seio de sua mãe, começa a chupar o dedo de Tália e acaba tirando fora a farpa de linho. Tália desperta imediatamente. Ela dá os nomes de "Sol" e "Lua" a seus filhos, e vive com eles na casa.


O rei retorna e encontra Tália acordada - e uma mãe de gêmeos. No entanto, ele já é casado e chama os nomes de Tália, Sol e Lua em seu sono, e sua esposa, a rainha, o ouve. Ela obriga o secretário do rei a lhe dizer tudo e, através de uma mensagem forjada, leva os filhos ilegítimos de Tália ao tribunal. A rainha então, ordena o cozinheiro a matar as crianças e servi-las ao rei. Mas o cozinheiro os esconde e cozinha dois cordeiros em seus lugares. A rainha insulta o rei enquanto ele come.


Em seguida, a rainha leva Tália ao tribunal. Ela ordena que uma enorme fogueira seja acesa no pátio, e que Tália seja jogada nas chamas. Tália pede para antes tirar suas roupas e a rainha concorda. Tália ao se despir, solta gritos de dor a cada peça de roupa. O rei ouve os gritos de Tália. A rainha diz ao rei que Tália seria queimada e que ele tinha, sem saber, comido seus próprios filhos. O rei ordena que sua esposa, seu secretário, e o cozinheiro sejam atirados no fogo no lugar de Tália. O cozinheiro explica então, como ele tinha salvado Sol e Lua. O rei e Tália se casam e o cozinheiro é recompensado com o título de camareiro real.


A última linha do conto de fadas - e sua moral - é a seguinte: "Pessoas afortunadas, por isso é dito, são abençoadas pela fortuna, ainda na cama."


Sapatinhos vermelhos



Os Sapatinhos Vermelhos é um conto de fadas do poeta e autor dinamarquês, Hans Christian Andersen, publicado pela primeira vez em 7 de abril de 1845.


Sinopse


Uma garota camponesa chamada Karen era tão pobre que durante o verão precisava andar descalça e durante o inverno usar grandes tamancos que raspavam contra seus tornozelos e os machucavam. Uma velha sapateira resolve ajudar Karen e faz sapatos de pano vermelhos para ela. A menina recebe os sapatos no dia do falecimento da sua mãe.


Ela é adotada por uma rica idosa, após a morte de sua mãe e cresce vã e mimada Pouco antes da sua primeira comunhão aparece uma princesa com belos sapatos vermelhos feitos de marroquim. Ela aproveita que sua mãe adotiva não enxerga bem para pedir ao sapateiro para fazer sapatos vermelhos para ela.


Karen usa os sapatos para a primeira comunhão e não presta atenção à cerimônia, só pensa nos seus sapatinhos vermelhos. As pessoas da igreja alertam a mãe adotiva sobre os sapatos. Karen promete não usá-los mais, mas volta a colocá-los para a crisma.


Depois de Catarina repetidamente usá-los para a igreja, um soldado toca neles e diz:

— Vejam só esses lindos sapatinhos dançantes! Que eles fiquem firmes enquanto você dança -

Os sapatos começam a se mover por si mesmos, mas ela é capaz de tirá-los. Um dia, quando sua mãe adotiva fica doente, mas Karen prefere ir participar de uma festa com seus sapatinhos vermelhos do que cuidar da senhora. O misterioso soldado aparece de novo e repete: — Vejam só esses lindos sapatinhos dançantes!


Logo depois, os sapatos de Karen começam a se mover por si de novo, mas desta vez eles não podem sair de jeito nenhum.


Os sapatos continuam a dançar, noite e dia, com chuva ou sol, através de campos e prados, e através de cardos e abrolhos, que rasgam os membros de Karen. Ela não pode mesmo participar do funeral da sua mãe adotiva.


Um anjo aparece para ela, carregando uma espada, e condena-a por dançar, mesmo depois que ela morrer, como um aviso para crianças vãs de todo o mundo. Karen implora por misericórdia, mas os sapatos vermelhos levam-na para longe antes que ela escute a resposta do anjo.


Karen encontra um carrasco e pede-lhe para cortar seus pés. Ele faz isso, mas os sapatos continuam a dançar, mesmo com os pés de Karen amputados. O carrasco dá-lhe um par de pés de madeira e muletas, e ensina-lhe o salmo dos criminosos.


Pensando que ela já sofreu demais por causa dos sapatos vermelhos, Karen decide ir à igreja para que as pessoas possam vê-la. Ainda assim, seus pés amputados, ainda nos sapatos vermelhos, dança na frente dela, barrando o caminho. No domingo seguinte, ela tenta novamente, pensando que ela é pelo menos tão boa como os outros na igreja, mas, novamente, os sapatos vermelhos barram o caminho.


Karen consegue um emprego como empregada doméstica na casa paroquial, mas quando chega o domingo ela não se atreve a ir à igreja. Em vez disso, ela senta sozinha em casa e reza a Deus por ajuda. O anjo reaparece, agora com um ramo de rosas, e dá a Karen a misericórdia que ela pediu: seu coração torna-se tão cheio de sol, paz e alegria que ele se multiplica. Sua alma voa sobre a luz do sol para o Céu; onde ninguém menciona os sapatinhos vermelhos.


Os contos não estão reproduzidos integralmente aqui, foi realizada apenas uma sinopse para você ter uma ideia do que estou falando!


O que você achou? Também sentiu uma agonia com os contos?





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